Arapiraca:
uma greve histórica
Nesse mar de incertezas, nos últimos anos, em Arapiraca o movimento grevista da
Educação tem remado numa direção contrária ao da rede estadual. O ano passado o
movimento grevista depois de longas negociações chegou a ocupar a Secretaria
Municipal de Educação (SEMED) e imediatamente, mesmo sendo dividido, foi
concedido a reposição salarial de 2016. Infelizmente, após esse avanço inicial,
o movimento que deveria continuar a cobrar as outras pautas se esvaziou.
Em 2017 desde março, os Trabalhadores da Educação, através de seu sindicato,
vêm tentando negociar a reposição salarial. Em 09 de maio, após algumas
negociações sem avanço do governo municipal de Rogério Teófilo
(PSDB), que tem impedido o acesso dos Trabalhadores da Educação nas cercanias
das Secretarias municipais e a divulgação da sua luta neste ambiente, a
categoria decidiu pela deflagração do movimento grevista.
Naquele instante iniciou a articulação dos Trabalhadores da Educação, que tem
sido marcado por significativos avanços. Avanços e retrocessos são elementos
comuns de uma luta grevista, no segundo caso, principalmente quando o movimento
não tem organização política e disciplina para enfrentar os constantes ataques
que sofrerá. No entanto, o contrário é verdadeiro, mesmo que minimamente
organizado e disciplinado o movimento pode avançar na luta. Um movimento
grevista organizado e disciplinado entende que a luta a ser travada é política,
que pode se tornar uma luta social, e, portanto, deverá ser travada para além
das questões meramente salariais, caso contrário, acabará como o último
movimento.
Nesse sentido, as limitações impostas pela estrutura sindical têm agravado em
muito o avanço da luta para além das questões economicistas, de aumento
salarial. Nessa greve, em particular, devo ressaltar, a atuação do Comando de
Greve, criado a partir da base para articular as táticas de combate da
categoria na disputa com o governo. O Comando de Greve, limitado por diversos
fatores, tem desempenhado um papel relevante na organização do movimento, as
atividades idealizadas e posta em prática, vêm dinamizando e levando o
movimento grevista a atuar em lugares antes inimagináveis pela categoria, como:
visitas as escolas para convencer os colegas, reunião com pais e responsáveis
para explicar os motivos da greve, panfletagens nas ruas, praças e feiras para
pedir o apoio a sociedade ao movimento grevista.
Não apenas pela duração do movimento grevista que a greve da rede municipal de Arapiraca
se tornou histórica, mas pela sua tentativa de transcender ao modelo da
estrutura sindical. É importante
frisar, ela ultrapassou um mês de duração justamente por causa da tentativa de
se organizar pela colaboração dos diferentes protagonistas vindos da base. E é
a partir dessa participação que poderá ultrapassar os limites históricos da
luta sindical para avançar para uma luta estrutural contra o Capital.
Por que a GREVE da
Educação? Achamos que a resposta dessa pergunta foi dada no
decorrer do texto. Porém, para que ninguém tenha dúvida devemos simplificá-la:
só a organização dos Trabalhadores da Educação pela base poderá enfrentar os
ataques do Capital, ao mesmo tempo que construirá uma alternativa classista aos
TRABALHADORES. Esse é o papel histórico da GREVE!
“TRABALHADORES, UNI-VOS! ”
Karl Marx.
Fonte: Comando de Greve ( Educadores em luta )
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