terça-feira, 13 de junho de 2017

Greve histórica na educação pública de Arapiraca

Arapiraca: uma greve histórica


            Nesse mar de incertezas, nos últimos anos, em Arapiraca o movimento grevista da Educação tem remado numa direção contrária ao da rede estadual. O ano passado o movimento grevista depois de longas negociações chegou a ocupar a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e imediatamente, mesmo sendo dividido, foi concedido a reposição salarial de 2016. Infelizmente, após esse avanço inicial, o movimento que deveria continuar a cobrar as outras pautas se esvaziou.


             Em 2017 desde março, os Trabalhadores da Educação, através de seu sindicato, vêm tentando negociar a reposição salarial. Em 09 de maio, após algumas negociações sem avanço  do governo municipal de Rogério Teófilo (PSDB), que tem impedido o acesso dos Trabalhadores da Educação nas cercanias das Secretarias municipais e a divulgação da sua luta neste ambiente, a categoria decidiu pela deflagração do movimento grevista.  

            Naquele instante iniciou a articulação dos Trabalhadores da Educação, que tem sido marcado por significativos avanços. Avanços e retrocessos são elementos comuns de uma luta grevista, no segundo caso, principalmente quando o movimento não tem organização política e disciplina para enfrentar os constantes ataques que sofrerá. No entanto, o contrário é verdadeiro, mesmo que minimamente organizado e disciplinado o movimento pode avançar na luta. Um movimento grevista organizado e disciplinado entende que a luta a ser travada é política, que pode se tornar uma luta social, e, portanto, deverá ser travada para além das questões meramente salariais, caso contrário, acabará como o último movimento.

            Nesse sentido, as limitações impostas pela estrutura sindical têm agravado em muito o avanço da luta para além das questões economicistas, de aumento salarial. Nessa greve, em particular, devo ressaltar, a atuação do Comando de Greve, criado a partir da base para articular as táticas de combate da categoria na disputa com o governo. O Comando de Greve, limitado por diversos fatores, tem desempenhado um papel relevante na organização do movimento, as atividades idealizadas e posta em prática, vêm dinamizando e levando o movimento grevista a atuar em lugares antes inimagináveis pela categoria, como: visitas as escolas para convencer os colegas, reunião com pais e responsáveis para explicar os motivos da greve, panfletagens nas ruas, praças e feiras para pedir o apoio a sociedade ao movimento grevista.

            Não apenas pela duração do movimento grevista que a greve da rede municipal de Arapiraca se tornou histórica, mas pela sua tentativa de transcender ao modelo da estrutura sindical. É importante frisar, ela ultrapassou um mês de duração justamente por causa da tentativa de se organizar pela colaboração dos diferentes protagonistas vindos da base. E é a partir dessa participação que poderá ultrapassar os limites históricos da luta sindical para avançar para uma luta estrutural contra o Capital. 

              Por que a GREVE da Educação? Achamos que a resposta dessa pergunta foi dada no decorrer do texto. Porém, para que ninguém tenha dúvida devemos simplificá-la: só a organização dos Trabalhadores da Educação pela base poderá enfrentar os ataques do Capital, ao mesmo tempo que construirá uma alternativa classista aos TRABALHADORES. Esse é o papel histórico da GREVE!

“TRABALHADORES, UNI-VOS! ”
Karl Marx.

Fonte: Comando de Greve ( Educadores em luta )





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