Significado
da GREVE
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns
operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os
miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns
desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Relacionando o poema do
poeta e dramaturgo alemão, BERTOLT BRECHT, à realidade do Movimento Grevista
podemos aprender uma valorosa lição: NÃO PODEMOS DEIXAR DE REAGIR AOS ATAQUES
DO GOVERNO ROGÉRIO TEÓFILO. Dessa forma, é importante que os Trabalhadores da
Educação Arapiraquense enfrentem a dura realidade posta pelo governo municipal.
Após dois meses de GREVE e
dos ataques do governo Rogério Teófilo (PSDB), fica difícil para grande parte
dos Trabalhadores da Educação continuarem em GREVE. Principalmente com os
descontos do dia 30 de junho e uma nova possibilidade de desconto no final do
mês de Julho. Há um ditado popular que diz, “peixe morre pela boca”. Fazendo um
paralelo à luta dos GREVISTAS, nós morremos pelo bolso. Afinal, muitos destes
têm os seus vencimentos como única fonte financeira e, portanto, de
sobrevivência sua e de suas famílias. Deve ser ressaltado que o desconto foi,
assim como, a possibilidade de um novo desconto o é, uma escancarada tentativa
de intimidar o Movimento Grevista.
A GREVE é um direito Constitucional
(Constituição Federal, em seu artigo 9º e a Lei nº 7.783/89) e, portanto,
principal instrumento de luta dos TRABALHADORES. No entanto, nos últimos anos
esse direito vem sendo restringido pelos legisladores e o judiciário. O
desconto sofrido pelos Trabalhadores da Educação Arapiraquense foi um flagrante
ABUSO DO DIREITO DE GREVE, pois a súmula do STF garante que em caso de acordo
de compensação, que acontece no final da GREVE, não poderá haver o desconto.
Além disso, a greve da Educação está dentro da legalidade constitucional.
Diante das flagrantes
agressões feitas pelo governo de Rogério Teófilo aos Trabalhadores da Educação
Arapiraquense, estes se perguntam: voltar às salas de aula ou continuar o
Movimento Grevista? Neste momento, o jurídico do SINTEAL está recorrendo ao
desconto com uma Petição ao desembargador, que ao ser julgada encaminhará o
Movimento Grevista ao seu ato final. Sendo assim, qualquer resposta a pergunta
anterior é prematura e sem segurança jurídica. Num momento de incertezas como
este, é fundamental resiliência para esperarmos e tomarmos uma decisão coletiva
em assembleia, logo após a decisão do desembargador.
O governo de Rogério
Teófilo se encontra num momento de profundo estado de paralisia. As últimas
ações proferidas pela SEMED têm demostrado um profundo descompasso da
realidade. Veja abaixo algumas medidas ou supostas medidas tomadas pela SEMED,
que têm sido denunciadas pelos Trabalhadores da Educação Arapiraquense:
1. Tem exigido o retorno às aulas, mesmo
sem as mínimas condições de funcionamento na maioria das escolas;
2. A Secretária tem ido às escolas para convencer os trabalhadores a retornarem às salas de aula e conversar com as comunidades escolares;
3. Está removendo os professores do PSS das escolas que foram lotados inicialmente para outras unidades para que estas funcionem parcialmente, ou seja, de forma precária;
4. Tem dado autonomia para as gestões escolares fazerem acordos para devolução do desconto e não haver mais desconto a partir de um calendário de reposição individual.
Se Comprovadas essas ações
da SEMED, nos deparamos com graves afrontas à categoria, aos estudantes, de
forma geral, a toda sociedade arapiraquense. Escolas funcionando sem condições
materiais e com um reduzido quadro de profissionais só piora a precária
qualidade do ensino público municipal. Em relação à categoria, a possibilidade
de acordos individuais entre gestão escolar e trabalhador, além de afrontar o
direito de GREVE, é um visível descompromisso com a educação, pois imagine que
cada trabalhador faça um acordo individual para repor as aulas e ter a
devolução do desconto e não ser descontado mais, haverá centenas, talvez,
milhares de calendários, ou seja, um caos na organização do calendário da
educação municipal.
Nesse instante de incertezas,
nós grevistas, devemos ter serenidade para fortalecer o Movimento Grevista e
pressionar ainda mais o governo de Rogério Teófilo para atender às nossas
reivindicações, que estão dentro das possibilidades administrativas, diferente
do que este governo vem divulgando nos meios de comunicação. Não podemos
esquecer que durante esses dois meses de GREVE o governo utilizou de diferentes
argumentos para não atender nossas reivindicações: não tem recurso, Lei de
Responsabilidade Fiscal, Efeito Dominó e perda de recursos para investimentos
em outros setores da administração pública, caso conceda a reposição salarial.
Argumentos que ao serem analisados detalhadamente caem por terra, como o
exemplo da falta de recursos, que foi imediatamente comprovada uma sobra de
quase 24 milhões de reais.
A nossa GREVE é muito além
da reposição salarial de 2017, infelizmente alguns colegas ainda não entenderam
isso. É uma GREVE para garantir condições de trabalho dignas, escolas em
condições de fornecer aos nossos estudantes um pouco de qualidade nos serviços
prestados. Porém, o mais importante nesse Movimento Grevista é que ele definirá
os caminhos a serem seguidos pelo governo Rogério Teófilo: arrocho salarial e
uma política mínima de valorização do trabalhador e do setor público ou, a
partir da nossa força de reação, uma política que atenda às reivindicações da
categoria.
O significado da GREVE,
portanto, é muito além da reposição salarial de 2017 (7,64%). É o momento da
categoria mostrar que não aceitará as imposições de governos autoritários,
assim como, começar a participar efetivamente das políticas educacionais do
município. É hora de iniciarmos um movimento para além da GREVE, que comece a
articular ações de melhoria na qualidade do ensino e proporcione a curto e longo
prazo uma EDUCAÇÃO DE QUALIDADE.
Se a escolha por negar a
reposição salarial 2017 de 7,64% é uma opção política do governo Rogério
Teófilo, precisamos fortalecer o Movimento Grevista e juntos criarmos um
conjunto de ações que perpassem o momento da Greve. Termino esse texto com um
velho ditado popular: “ se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Sendo
assim, só nos resta enfrentar, mesmo diante das incertezas, o governo Rogério
Teófilo.
Fonte: Sinteal Regional Agreste ( Comando de Greve )
Fonte: Sinteal Regional Agreste ( Comando de Greve )
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