sábado, 8 de julho de 2017

Comando de greve de Arapiraca emite o seguinte texto de um poeta alemão Bertolt Brecht " A realidade do Movimento Grevista : NÃO PODEMOS DEIXAR DE REAGIR AOS ATAQUES DO GOVERNO ROGÉRIO TEÓFILO. Dessa forma, é importante que os Trabalhadores da Educação Arapiraquense enfrentem a dura realidade posta pelo governo municipal.


GREVE da Educação de Arapiraca

Significado da GREVE
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Relacionando o poema do poeta e dramaturgo alemão, BERTOLT BRECHT, à realidade do Movimento Grevista podemos aprender uma valorosa lição: NÃO PODEMOS DEIXAR DE REAGIR AOS ATAQUES DO GOVERNO ROGÉRIO TEÓFILO. Dessa forma, é importante que os Trabalhadores da Educação Arapiraquense enfrentem a dura realidade posta pelo governo municipal.

Após dois meses de GREVE e dos ataques do governo Rogério Teófilo (PSDB), fica difícil para grande parte dos Trabalhadores da Educação continuarem em GREVE. Principalmente com os descontos do dia 30 de junho e uma nova possibilidade de desconto no final do mês de Julho. Há um ditado popular que diz, “peixe morre pela boca”. Fazendo um paralelo à luta dos GREVISTAS, nós morremos pelo bolso. Afinal, muitos destes têm os seus vencimentos como única fonte financeira e, portanto, de sobrevivência sua e de suas famílias. Deve ser ressaltado que o desconto foi, assim como, a possibilidade de um novo desconto o é, uma escancarada tentativa de intimidar o Movimento Grevista.
A GREVE é um direito Constitucional (Constituição Federal, em seu artigo 9º e a Lei nº 7.783/89) e, portanto, principal instrumento de luta dos TRABALHADORES. No entanto, nos últimos anos esse direito vem sendo restringido pelos legisladores e o judiciário. O desconto sofrido pelos Trabalhadores da Educação Arapiraquense foi um flagrante ABUSO DO DIREITO DE GREVE, pois a súmula do STF garante que em caso de acordo de compensação, que acontece no final da GREVE, não poderá haver o desconto. Além disso, a greve da Educação está dentro da legalidade constitucional.

Diante das flagrantes agressões feitas pelo governo de Rogério Teófilo aos Trabalhadores da Educação Arapiraquense, estes se perguntam: voltar às salas de aula ou continuar o Movimento Grevista? Neste momento, o jurídico do SINTEAL está recorrendo ao desconto com uma Petição ao desembargador, que ao ser julgada encaminhará o Movimento Grevista ao seu ato final. Sendo assim, qualquer resposta a pergunta anterior é prematura e sem segurança jurídica. Num momento de incertezas como este, é fundamental resiliência para esperarmos e tomarmos uma decisão coletiva em assembleia, logo após a decisão do desembargador.

O governo de Rogério Teófilo se encontra num momento de profundo estado de paralisia. As últimas ações proferidas pela SEMED têm demostrado um profundo descompasso da realidade. Veja abaixo algumas medidas ou supostas medidas tomadas pela SEMED, que têm sido denunciadas pelos Trabalhadores da Educação Arapiraquense:

1.     Tem exigido o retorno às aulas, mesmo sem as mínimas condições de funcionamento na maioria das escolas;

2. A Secretária tem ido às escolas para convencer os trabalhadores a retornarem às salas de aula e conversar com as comunidades escolares; 

3. Está removendo os professores do PSS das escolas que foram lotados inicialmente para outras unidades para que estas funcionem parcialmente, ou seja, de forma precária;

4. Tem dado autonomia para as gestões escolares fazerem acordos para devolução do desconto e não haver mais desconto a partir de um calendário de reposição individual.

Se Comprovadas essas ações da SEMED, nos deparamos com graves afrontas à categoria, aos estudantes, de forma geral, a toda sociedade arapiraquense. Escolas funcionando sem condições materiais e com um reduzido quadro de profissionais só piora a precária qualidade do ensino público municipal. Em relação à categoria, a possibilidade de acordos individuais entre gestão escolar e trabalhador, além de afrontar o direito de GREVE, é um visível descompromisso com a educação, pois imagine que cada trabalhador faça um acordo individual para repor as aulas e ter a devolução do desconto e não ser descontado mais, haverá centenas, talvez, milhares de calendários, ou seja, um caos na organização do calendário da educação municipal.

Nesse instante de incertezas, nós grevistas, devemos ter serenidade para fortalecer o Movimento Grevista e pressionar ainda mais o governo de Rogério Teófilo para atender às nossas reivindicações, que estão dentro das possibilidades administrativas, diferente do que este governo vem divulgando nos meios de comunicação. Não podemos esquecer que durante esses dois meses de GREVE o governo utilizou de diferentes argumentos para não atender nossas reivindicações: não tem recurso, Lei de Responsabilidade Fiscal, Efeito Dominó e perda de recursos para investimentos em outros setores da administração pública, caso conceda a reposição salarial. Argumentos que ao serem analisados detalhadamente caem por terra, como o exemplo da falta de recursos, que foi imediatamente comprovada uma sobra de quase 24 milhões de reais.

A nossa GREVE é muito além da reposição salarial de 2017, infelizmente alguns colegas ainda não entenderam isso. É uma GREVE para garantir condições de trabalho dignas, escolas em condições de fornecer aos nossos estudantes um pouco de qualidade nos serviços prestados. Porém, o mais importante nesse Movimento Grevista é que ele definirá os caminhos a serem seguidos pelo governo Rogério Teófilo: arrocho salarial e uma política mínima de valorização do trabalhador e do setor público ou, a partir da nossa força de reação, uma política que atenda às reivindicações da categoria.

O significado da GREVE, portanto, é muito além da reposição salarial de 2017 (7,64%). É o momento da categoria mostrar que não aceitará as imposições de governos autoritários, assim como, começar a participar efetivamente das políticas educacionais do município. É hora de iniciarmos um movimento para além da GREVE, que comece a articular ações de melhoria na qualidade do ensino e proporcione a curto e longo prazo uma EDUCAÇÃO DE QUALIDADE.

Se a escolha por negar a reposição salarial 2017 de 7,64% é uma opção política do governo Rogério Teófilo, precisamos fortalecer o Movimento Grevista e juntos criarmos um conjunto de ações que perpassem o momento da Greve. Termino esse texto com um velho ditado popular: “ se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Sendo assim, só nos resta enfrentar, mesmo diante das incertezas, o governo Rogério Teófilo.




Fonte: Sinteal Regional Agreste ( Comando de Greve )






Nenhum comentário: